Saiba quem é o idoso, atleta, que planta árvores nas margens da BR 020, em Planaltina

Quem passa pela ciclovia, também usada como pista de cooper para caminhadas e corridas nas margens da BR 020, em Planaltina, ao lado da Vila Nossa Senhora de Fátima, facilmente percebe uma série de árvores, em crescimento, que tomaram a região. A primeira vista, parece um projeto de plantio por parte do governo. Mas a iniciativa, na verdade, partiu de um morador da cidade, atleta, de 62 anos, que tem como hábito arborizar a cidade.

Francisco Motta da Silva acorda cedo no domingo, dia em que ele está de folga do trabalho, e vai até a ciclovia que começa na Avenida Independência, contorna o Parque Sucupira e termina próximo ao Córrego Fumal, bacia do Rio Paraná. No local, ele aduba o solo e planta árvores frutíferas, que dentro de alguns anos, vão levar sombra, deixar a passagem mais bonita e amenizar os períodos de calor na região.

Francisco, conhecido como Chico Corredor, conta que realiza plantios no local há seis anos e tem transformado a paisagem. “Há seis anos planto aqui neste local. Tem mais tempo na Asa Norte, na Estância V e no Mestre D’armas. Já plantei 200 árvores. Mas tenho o projeto de plantar muito mais”, conta ele, em entrevista ao Plan News.

Ele conta que muitas vezes recebe ajuda de um militar, conhecido como tenente Hamilton. “A preferência é plantar mudas frutíferas, como laranja e manga”, explica ele. Francisco destaca que além do trabalho para plantar, espera que as pessoas fiquem conscientes de que não devem arrancar as mudas. “No dia de folga, que é o domingo, eu tenho que vir bem cedo, plantar, roçar. O desafio é em relação a pessoas sem consciência, que pegam a muda e levam para outro lugar, para a casa delas. Mas mesmo que a área esteja ameaçada, eu vou plantar. Como aqui (BR 020), que vai ter a terceira faixa. Se tirarem, eu planto de novo”, disse.

Francisco Motta, de 62 anos, prefere plantar árvores frutíferas. Foto: Ângela Caetano/Plan News

Adubo

O idoso conta que no começo percebeu que o solo era pobre de nutrientes, fatores típicos do Cerrado, que muitas vezes apresenta acidez na terra. “Eu vi necessidade, neste local. Eu não treinava aqui e quando comecei, vi que criaram a pista na época e derrubaram as árvores que tinha aqui. Então eu pensei, vou colocar árvores aqui. Em 2018 roubaram muito. Além disso, o solo era ruim, as plantas não cresciam. Mas eu fui lá na Embrapa, peguei cartão, esterco e coloco aqui”, completa.

Ângela Caetano/Plan News

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