Moradores denunciam cobrança de propina de R$ 50 para agendamentos no Cras de Planaltina
Cidadãos que procuram o Centro de Referência e Atendimento Social de Planaltina (Cras) relatam a cobrança de propina de até R$ 50 para conseguir agendar atendimento para inclusão no Cadastro Único do governo federal. Estar inscrito neste sistema é requisito básico para conseguir acesso a programas sociais como Bolsa Família, Prato Cheio e Gás do Povo.
O Plan News recebeu denúncias de moradores sobre a cobrança ilegal. “Você liga no 156 e não consegue agendar. Pelo site também não consegue. Ai se pagar 50 reais, na mesma semana te atendem”, afirma uma moradora que diz ter pago após meses tentando agendar.
O esquema criminoso afeta justamente a população mais pobre, que muitas vezes vive em situação de insegurança alimentar e está procurando ajuda por meio dos programas sociais.
Quem paga, consegue agendar para uma data em poucos dias, enquanto os demais ficam sem vagas. De acordo com informações obtidas pela reportagem, a prática ocorre também em outras unidades de atendimento social do DF, com no Cras de Ceilândia.
Procurada pelo Plan News, a Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes), “que a demanda da população mais vulnerável por serviços e benefícios socioassistenciais aumentou não só no DF, mas em todo o Brasil, em virtude da alta inflação dos alimentos”. Ainda de acordo com a pasta, “nesse sentido, o Cartão Prato Cheio é hoje a política pública mais buscada, uma vez que se tornou referência nacional de combate à fome, com 18 parcelas de R$ 250 a 130 mil famílias mensalmente”.
A Sedes reconhece a situação da venda de atendimentos. “A Secretaria destaca ainda que tem investido em medidas para ampliar o atendimento, como abertura de novas unidades do Cras e tratativas em torno de novo concurso público. Entretanto, hoje, os dois maiores desafios para garantir atendimento são a venda de agendamentos e pessoas que agendam e não comparecem, pois estas situações aumentam a fila de espera.
Investigação
A Secretaria informou que já solicitou investigação da Polícia Civil sobre o caso e que as diligências estão em andamento. “Quanto à venda de vagas, a Sedes monitora a questão e solicitou investigação à Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), que prendeu duas pessoas na operação e as investigações ainda seguem seu curso. É importante destacar que a população não pague por um serviço gratuito e denuncie quem vende o agendamento, com o máximo de informações possíveis”, destaca o texto.
Por fim, a entidade destaca que “disponibiliza vagas de agendamento diariamente, a partir das 08h, na Central 156 e também em sedes.df.gov.br e que “é recomendado tentar no primeiro horário e pelo 156, onde são direcionadas mais vagas para a população”.
Da redação