Goleiro sonegalês abandona jogo na Espanha após ofensas racistas
O goleiro senegalês Cheikh Sarr ouviu ofensas racistas contra ele das arquibancadas em outras
ocasiões, mas quando um torcedor o abordou apenas para insultá-lo racialmente durante um jogo
da terceira divisão espanhola no último sábado (30), ele decidiu que não dava mais.
“Eu o agarrei e perguntei por que ele estava me insultando. Minha atitude não foi agressiva. Eu
queria apenas perguntar por quê”, disse o jogador de 23 anos a repórteres nesta terça-feira (2)
sobre o incidente em Sestao, cidade de classe trabalhadora no norte da Espanha, que levou ao
abandono do jogo.
“Outras ocasiões podem ser vistas como uma brincadeira ou uma piada. No entanto, esse não foi
o caso no sábado porque foi algo horrível e eu não aguentei. Foi uma coisa muito triste e feia que
eles estavam dizendo”, acrescentou.
O jogo entre o Rayo Majadahonda, de Sarr, e o Sestao River Club foi suspenso aos 39 minutos do
segundo tempo. A discussão fez com que Sarr fosse expulso pelo árbitro, que estava longe
demais para ouvir os insultos, e depois seus companheiros de time deixaram o gramado em
protesto.
O racismo no esporte tem sido um tópico quente na Espanha, principalmente após o atacante
brasileiro Vinicius Junior, do Real Madrid e que sofreu vários incidentes de ofensas
preconceituosas e faz parte de uma campanha contra o racismo, chamar a liga espanhola e a
Espanha de racistas no ano passado.
No último sábado, o jogador da seleção brasileira expressou apoio aos afetados pelo racismo,
citando “três casos desprezíveis de racismo” apenas naquele dia, incluindo o de Sarr. O lateral
argentino do Sevilla Marcos Acuña e membros da comissão técnica do time também foram alvos
de “insultos racistas e xenofóbicos” de torcedores em um jogo do Campeonato Espanhol contra o
Getafe fora de casa, disse o clube
Agência Brasil